terça-feira, 10 de março de 2015

Porque é que não deve forçar o seu filho a beijar outras pessoas

"Pediatras dizem que beijo é um cumprimento demasiado íntimo para se impor a uma criança e que não é necessário para as regras da boa educação e da simpatia.



Dizer ao Gonçalo, de 4 anos, "dá um beijinho à Maria" pode ser um verdadeiro desafio. Não é muito beijoqueiro, diz a mãe, sobretudo quando não conhece bem as pessoas. "Digo-lhe sempre para dar um beijinho, mas já sei que às vezes não dá", conta Sara Castilho, 32 anos. Com a família mais próxima, não há qualquer problema. Mas se lhe pedem para beijar um parente afastado ou um amigo da família, a situação altera-se. E quanto mais insistem, pior é. "Tento não entrar em conflito e, por isso, não forço muito. Mas faço força para que cumprimente a pessoa, nem que seja apenas com um olá."
A discussão sobre se os pais devem ou não coagir as crianças a beijar outras pessoas foi relançada recentemente pela jornalista e escritora colombiana Ana Hanssen. Na opinião do pediatra Mário Cordeiro, "as crianças não devem ser obrigadas a beijar quem quer que seja, embora devam ser entusiasmadas a cumprimentar as pessoas, seja no prédio onde moram sejam com avós ou amigos". Mas, ressalva, "cumprimentar, que é um ato de cortesia, não é sinónimo da intimidade a que o beijo força". Por isso, um sorriso ou um aceno podem ser suficientes. "Ser educado é uma coisa, ser beijoqueiro é outra", destaca. Até porque, lembra o pediatra, "há crianças que não gostam de dar um beijo a uma pessoa com barba", por exemplo."