quinta-feira, 25 de setembro de 2014

EDUCADORA DESPEDIDA POR DAR PALMADA: visões divergentes de Hernâni Carvalho e Quintino Aires

Nesta semana que presenciamos, temos vindo a ser noticiado o caso:
EDUCADORA DESPEDIDA POR DAR PALMADA A UMA CRIANÇA.



Como se trata de um assunto relevante na nossa área, tomei toda a atenção merecida ao caso. Não querendo ser parcial nesta questão, fica muitas questões para refletir na cabeça de um profissional de educação:

- Pode-se considerar a palmada como pedagógica? (Esta é a questão que realmente divide muitas opiniões);

- Os pais  devem fazer visitas surpresas aos colégios?

- Que atitude os pais devem ter perante os filhos?

- Etc...

Na nossa área, estamos conscientes que as gerações são cada vez mais "mimadas" e apercebemos-nos que as nossas crianças tem dificuldade em lidar com a frustração e com o "não".  Isso é um facto! 
No entanto, em relação a este caso, duas opiniões divergem na nossa televisão, com os tão famosos Hernani Carvalho e Quintino Aires:

Senão vejamos aqui no site da SIC, com Hernani Carcvalho:


E aqui, na TVI, com Quintino Aires:

http://www.tvi.iol.pt/videos/14196679


Uma vez que têm opiniões diferentes, qual é a que se identificam?

Deixem a vossa opinião!

Obrigada e bom dia!




4 comentários:

  1. Alo.
    Bom eu não tinha visto a reportagem na tvi, só a da sic. E as diferenças entre as duas são abismais. Na sic, o sr. Hernâni referiu que a educadora em causa dava chapadas às crianças. E com isso não posso concordar. Acho mesmo que isso é totalmente inapropriado. Ele nunca referiu uma palmada, como a tvi diz.
    Sempre fui da opinião de que uma palmada no momento certo faz milagres, e por isso concordo com a opinião do psicólogo Quintino.
    Concordo totalmente também com aquilo que referiste no teu texto. Os grupos estão cada vez mais difíceis, e é unicamente por culpa dos pais. A palavra castigo tornou-se quase um tabu. Está a ser demais. Tenho muito medo das gerações que estamos a criar. Muito mesmo.

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  2. Se as criancas estao mal educadas por culpa dos pais, entao pq elas devem ser castigadas por algo que nao sao culpadas? Sou contra bater nas criancas pois, quem la esta é suposto serem formadas e habilitadas para lidarem com essas situaçoes e não simplesmente resolverem os problemas com violencia. Dessa forma o adulto manifesta seu poder pela força, recebendo como moeda de troca o medo e nao o respeito. Acho que a medida foi adequada e sirva de alerta para quem usa a mão, como objeto disciplinar. (Desculpa erros, escrever com teclado telemovel é fogo!)

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  3. Então, escrevo anonimamente porque tenho um caso que já passei em estágio e que aprendi a nunca mais fazer, apesar de que, olhando para trás, sei o que me levou a chegar àquele ponto. Estamos a lidar com crianças que já têm uma socialização em casa. No meu 2.º estágio fiz pelo melhor, amar e acarinhar é o mais essencial em dar educação em cresce e jardim-de-infância. Havia uma que, porém, era conhecida em toda a escola pela falta de educação que tinha em casa, como tal, fazia o que queria. Chegou a apertar o pescoço a uma menina com uma deficiência profunda. Sempre que os outros brincavam, mal ele fazia asneira, as auxiliares prendiam-no pelos pés e pelas mãos, ou seja, já daí se via o que ele fazia a qualquer pessoa e só assim elas conseguiam funcionar e a maneira como se habituaram a lidar com ele, revoltando-o. Uma vez esse menino cuspiu-me para a cara, sem parar, tentei pedir-lhe, tentei afastá-lo e, por fim, fiz o que mais me arrependi que foi dar-lhe uma bofetada, não foi grande, foi a medo até, e mesmo assim não parou. De facto o senhor Hêrnani diz para os pais irem às instituições, mas quem diz que os pais das crianças com comportamentos menos adequados o querem fazer? Muitas vezes despejam-nos lá e gritam "aleluia" e os educadores que lidem com os erros de educação dos pais. As crianças têm de pagar? Claro que não. Mas elas foram habituadas a parar apenas do jeito que os pais quiseram, e quando uma educadora lida com eles nem sempre sabe qual vai ser a reação ou falta dela em ouvir um "chega!", tenta diversas técnicas até chegar à certa, e a certa nunca é bater, claro está. Se ela foi punida em tribunal é porque não foi uma ou duas situações de descontrolo e isso é a pior falta de carácter numa educadora. Lidar com uma criança a bater não vai ensiná-la a ver a escola como um lugar de felicidade e aprendizagem, quer seja a sua educação em casa apropriada ou não. Então nesse caso ela não teve mais do que merecia, sendo um total desrespeito para com a profissão que é bem mais do que uma profissão, nasce na pessoa.
    E, naiana, não são "formadas e habilitadas", passam anos a aprender teoria e pouca prática, mais uma vez: é inato, ter essa "habilitação" é da própria pessoa.

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  4. Vi em primeiro lugar a reportagem da sic, o que me irritou solenemente foi o Sr. Hernani Carvalho a falar da Educação como se fosse a área dele e definitivamente NÃO É. E não, na minha opinião os pais não devem entrar na Creche ou no JI quando lhes apetece às horas que lhes apetece, agora se devem estar presentes? Devem, têm de estar... Existem regras, rotinas, tudo é pensado de forma cuidada e intencional! Quando se deixa uma criança entregue a profissionais temos de confiar, teve de existir numa primeira fase uma seleção cuidada do local, agora devemos sim estar atentos aos sinais, participar, questionar...sem duvida! Quando são impostas regras aos pais, não é porque a instituição lhe apetece é a pensar no bem-estar da criança... EDUCADORA DE INFÂNCIA não significa tomar conta de crianças, para isso existem as amas. Uma educadora planeia desde a disposição dos materiais, do mobiliário da sala, toda a rotina de sala, inclusive atividades pedagógicas que visam o desenvolvimento das crianças. Acho interessante, muito interessante envolver os pais e convida-los a participar em atividades ou em algum momento do dia, fazer o dia ou a semana aberta à família...mas tem de haver uma preparação, um planeamento, até para preparar as crianças para essas visitas a meio do dia, se não vão destabilizar as crianças.
    Relativamente à situação, a palmada não pode ser uma estratégia recorrente, agora também não sei o que realmente se passava dentro daquelas 4 paredes. As instituições também têm o dever de estar atentas, de dar formação ao corpo docente e não docente, apoiar e discutir situações e dificuldades, reforço do trabalho em equipa, etc. Os pais também devem definir estratégias em conjunto com a Educadora e caminhar no mesmo sentido, marcar atendimento, expor duvidas, questões, angustias...ser pai e mãe não é uma tarefa fácil e não têm de assumir o monopólio da Educação sozinhos, nem por outro lado delegar responsabilidades exclusivamente à Escola.

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